Essa seção reuni critérios abrangentes, apresentados por profissionais de cada área, para auxiliar na decisão da escolha das cultivares para a sua plantação.
Aspectos sobre a produção de lúpulo no campo, como produtividade, adaptabilidade, rendimento, entre outros, são abordados pelo Gabriel.
Duan aborda questões históricas da origem, surgimento, desenvolvimento de cada cultivar e o que acontece com as mesmas no processo de produção da cerveja.
Abaixo elaboramos uma comparação entre o que se encontra lá fora com o que estamos produzindo aqui, na intenção de conseguir evidenciar e incentivar nosso terroir!
Sisal, ou outros elementos biodegradáveis alternativos como fibra de coco ou algodão, são os elementos que compõem a estrutura vertical de condução das plantas de lúpulo.
Confira nesta publicação da VAN BERGEN alguns fatores importantes para serem considerados no momento de planejamento e implantação da lavoura de lúpulo.
SISAL Esse é o elemento responsável por conduzir verticalmente as plantas de lúpulo. A partir de cada planta, saem dois sisais, dando o formato de V, que dá nome ao tipo de condução.
O material desta condução pode ser diverso: sisal, fibra de coco, algodão. É muito comum utilizar um material que seja biodegradável, para compostar junto com as ramas colhidas de lúpulo após a colheita. No entanto, há quem use com sucesso fitilho.
É importante que esse material aguente o peso máximo da planta e tenha resistência às intempéries climáticas do período de uma safra.
Esse fio condutor é preso anualmente no alto, nos cabos secundários, com nós e na base da planta.
Há diversas ideias para prender esse fio condutor na planta: os prendedores W são amplamente utilizados nos EUA e Alemanha. Utiliza-se grampos de solo, entre outros artifícios para essa mesma função.
DISTANCIAMENTO
O distanciamento entre plantas varia de acordo com a cultivar escolhida. Cultivares de alto vigor costumam estar distantes 1 a 1,2m entre si. Cultivares de menor vigor possuem distanciamento menor de 0,8 a 1 metro entre si.
As linhas de plantio distam entre si de 3 a 4 metros. Essa entrelinha é desejada que seja carroçável com o maquinário que será utilizado.
Os cabos de aço no campo de cultivo de lúpulo têm a função de sustentar, em conjunto com os postes, a estrutura necessária para que as plantas se desenvolvam.
O cabo de aço compõe a estrutura que, em conjunto com os postes, sustentará as plantas de lúpulo durante o seu desenvolvimento. Para dimensiona-lo é necessário considerar o número de plantas da linha. Assim, estipula-se um peso máximo para o auge de uma safra com vento e chuva, analisando os vãos livres entre os postes e a tensão de ruptura da bitola dos cabos. Recomenda-se também considerar um coeficiente de segurança.
CABO DE AÇO
Por ser mais estruturado, costuma ter uma tensão de ruptura superior à da cordoalha de mesma bitola.
No entanto, o atrito entre os cabos de aço exerce uma força cortante, que, com o passar dos anos, pode levar ao rompimento dos cabos, principalmente, em áreas de muito vento e maior movimentação dos cabos.
CORDOALHA
Material mais barato e com uma pior maleabilidade, comparada ao cabo de aço, o que dificulta o manuseio.
Entretanto, um ponto em que se destaca é sofrer menos com o problema do auto corte.
CABOS PRINCIPAIS
São responsáveis por ligar os postes de ancoragem ao esteio, interligar as linhas de poste transversalmente às linhas de cultivo e sustentar os outros cabos secundários, que correrão no sentido do plantio.
Em algumas implantações, são utilizados cabos de mesma bitola para todas essas funções do cabo principal. Na Alemanha, é comum até o uso de mais de um cabo principal de borda, para dividir o esforço realizado pelos cabos secundários sobre o cabo principal.
CABOS SECUNDÁRIOS
Conectados aos cabos principais, correndo paralelos à linha de plantio, estão os cabos secundários. São os cabos onde serão amarrados os fios condutores das plantas (de sisal, por exemplo). Sua bitola depende muito do comprimento da linha de plantio e da densidade das plantas (distância entre elas).
No Brasil, há experiências do uso de arames grossos para essa função, substituindo cabo de aço ou cordoalha.
PEÇAS COMPLEMENTARES
Uma série de peças complementares são utilizadas para a montagem do sistema de cabo de aço, em que se destaca:
CLIPS, devem atender às especificações da bitola do cabo de aço e serem compatíveis também com as cargas aplicadas no sistema.
ESTICADORES, devem ser escolhidos em convergência com as cargas que serão aplicadas no cabo.
ARAME também é utilizado, com a função de fazer travas no encontro dos cabos.
CATRACA faz parte do conjunto da montagem, ajudando a tensionar os cabos de aço.
Saiba mais sobre sobre os postes, um dos componentes da infraestrutura necessária para cultivar lúpulo.
Diversos fatores como altura, bitola, distanciamento, disposição e materiais devem ser considerados e apresentaremos abaixo mais informações sobre as estruturas de postes utilizadas nos principais campos produtores de lúpulo no mundo.
A escolha do tamanho do poste passa pela análise das cultivares escolhidas. Existem treliças de 5 à 7 metros ( além das treliças anãs, que trabalham com alturas de 3m).
Na Alemanha, a combinação das cultivares plantadas, solo e condições climáticas faz com que a escolha seja por postes altos, de 7 m de altura. Nos EUA é mais fácil encontrar estruturas com 6 m de altura. Na Nova Zelandia , de 5 a 5,5m. Na Inglaterra, de 3 a 5 metros.
POSTES DE ANCORAGEM
ficam na extremidade desta estrutura e são responsáveis por segurar os cabos principais da estrutura são submetidos a forças estruturais mais complexas: além da força vertical do peso, possui a grande força horizontal exercida pelos cabos. precisam ser mais robustos e muitas vezes instalados de forma angular.
No Brasil, usualmente se usa postes de 6m de altura livre.
Lembrando que é necessário um bom chumbamento destes postes, com no mínimo 1,5m enterrados.
POSTES DE CAMPO sustentam uma força um pouco mais simples, de vetor quase que exclusivamente vertical.
ESTEIO
Todo os postes de ancoragem estão ligados ao solo, também em ângulo, por um cabo de aço ao esteio.
Esse esteio pode ser de diversos materiais: De madeira, de hélice metálica, de concreto. Há necessidade também de colocar um esticador nesse cabo de aço que liga o esteio ao poste angular.
O material mais utilizado no mundo é a madeira, troncos roliços. Precisam aguentar ficar enterradas, sem apodrecimento precoce e por isso usa-se os chamados postes tratados.
Porém possuem uma desvantagem de ter um tratamento químico, representando uma possível fonte de contaminação a longo prazo. Para contornar esse problema é possível usar madeiras nobres que aguentam a solicitação sem necessidade de tratamento químico.
Os postes de aço são bem mais caros, porém já há boas referências no mundo: vimos em campo em Kent produtores de 4ª geração trocando os postes por postes metálicos. Em visita à campos de Hallertau, conversamos com produtores de lúpulo que estavam repondo os seus postes por postes de concreto, por constatarem contaminação química na região dos postes depois de longos períodos.
DISPOSIÇÃO
Cada linha de plantio de lúpulo tem uma linha de postes de sustentação. Em um sistema comum, distancia-se de 3,5m a 4m as linhas de plantio. Dentro da linha, é possível distanciar mais, como 8 m. Essa escolha implica em um uso maior de postes, porém de diâmetro menores; sistema de cabos de aço terão bitolas menores; Esse sistema é muito utilizado nos EUA e na Inglaterra
A disposição dos postes no campo segue uma lógica cartesiana, dispostos em formato quadrangular. O distanciamento dos postes vai depender do modelo de implantação escolhido. Aqui estão duas principais linhas de pensamento. Essa escolha terá que ser feita levando em conta o preço encontrado para esses materiais na região de implantação.
A cada 4 linhas de lúpulo temos 2 linhas de postes: plantio nas linhas de poste e com 2 linhas de plantio entre postes. Nesse sistema , os postes estão comumente dispostos a 12 m um dos outros, nos dois sentidos. Essa escolha implica em menor quantidade de postes, de diâmetros maiores; e sistema de cabeamento de aço terá bitolas maiores. Esse sistema é bastante usado na Alemanha.
Variedade desenvolvida pelo USDA ( EUA) e lançada em 2019, sendo o primeiro lançamento de uma cultivar pelo órgão depois de muitos anos. Possui genética de Brewers Gold, East KentGolding, Hallertau Mittelfreuh, Bullion , Early Green e Nugget.
Desenvolvido dela Universidade de Washington em 2013, Tahoma é uma descendente da Glacier. Apresenta perfil aromático interessante de citrus e também valores interessantes de alfa acido, podendo ser utilizado também para amargor.
Foi criado na Nova Zelandia em um programa de melhoramento a partir de Smooth Cone e Fuggle. Foi lançado em 1994. O resultado foi um lúpulo com boas características aromáticas e também valores interessantes de alfa acido, sendo considerado um lúpulo tanto de amargor como de aroma.
Desenvolvido em 1960 na Nova Zelândia com o principal objetivo de ser resistente à doença de “Black root rot” que atacou fortemente a produção de lúpulo na década de 1950. Depois disso, foi utilizado em muitos cruzamentos de cultivares elaboradas na Nova Zelândia.
Foi criado na Nova Zelandia em um programa de melhoramento a partir de Smooth Cone e Fuggle e o California Cluster. Foi lançado em 1987, e apresenta altos índices de alfa ácido.